terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ronaldo Gasparini é o cara!!!!

Pessoal, para quem não sabe Ronaldo Gasparini é o Vice-presidente de atendimento da W/BRASIL, tive a oportunidade de falar ao telefone com ele uma única vez, isto ocorreu em função de um trabalho meu como atendente em um restaurante do Rio de Janeiro já faz um tempo. Mas essa é outra história, quero compratilhar com vcs uma parte da vida dele, ao me deparar com uma reportágem sobre sua experiência de vida.
Achei muito bacana a trajetória dele e agora divido seu relato com vcs:



Em qualquer carreira, há dois momentos particularmente difíceis. Um é obter o primeiro emprego. O outro é se manter no emprego – qualquer emprego, em qualquer fase da carreira. No caso dos jovens, há empresas que chegam a ser cruéis, com seus anúncios surrealistas de vagas. É o tal do "Primeiro Emprego. Exige-se Experiência". Vencida essa etapa, começa a batalha para não perder o posto. Manuais dizem que, para se manter firme, é preciso se destacar. Disso ninguém duvida. A questão é como fazer isso. Não há fórmulas prontas. Diante disso, uma das melhores saídas é prestar atenção em pessoas que conseguiram conquistar
seu espaço.
Há muitos profissionais que fizeram esse caminho, mas destacamos nesta edição Ronaldo Gasparini, de 49 anos, vice-presidente de operações da W/Brasil, uma das mais importantes agências de publicidade do país. "O título é pomposo, e não traduz o fato de que sou só uma pessoa que ajuda a agência", diz Gasparini. Parece exagero de modéstia, mas não é. Ele tem consciência de que toda carreira é feita de altos e baixos, e que os cargos, transitórios, não podem subir à cabeça. Nascido em São Paulo, filho do vendedor José e da dona de casa Alice, segundo numa linhagem de cinco irmãos, Ronaldo passou a infância no Tatuapé, bairro, à época, de classe média baixa. Começou a trabalhar aos 13 anos por necessidade. Estreou numa loja de calçados, foi bancário e há mais de 25 anos está no mercado publicitário, treze dos quais na W/Brasil. Acompanhe algumas passagens da carreira de Gasparini. Talvez ele, com suas iniciativas certeiras e boas doses de criatividade, possa ajudá-lo a encontrar maneiras de ampliar seu espaço na empresa.

O poder do óbvio

"O que é óbvio para a gente nem sempre é óbvio para os outros. Às vezes, são coisas simples, que estão à vista de todos, que servem de oportunidade para criar seu próprio espaço. Aprendi isso cedo. Aos 13 anos, era o responsável pelo estoque de uma loja de calçados no Tatuapé. Na prática, isso significa que, depois que os clientes experimentavam os sapatos, eu os guardava nas caixas e devolvia ao depósito, no fundo da loja. Naquele tempo, em meados da década de 60, o depósito era uma bagunça. O mesmo calçado podia ser encontrado em vários pontos diferentes. Quando ia buscar um, o vendedor perdia bons minutos olhando caixa por caixa para encontrar o que o cliente queria. Eu vi aquilo e achei que podia melhorar. Aproveitava os momentos em que não fazia nada para organizar o caos. Ordenava, por exemplo, os tênis Conga pela cor do modelo e, em seguida, pela numeração. Depois fazia isso com os sapatos Vulcabras e assim por diante. O dono da sapataria ficou impressionado. Mas, para mim, aquilo era o básico.
O óbvio é poderoso."

Demitido por eficiência

"Seis meses depois, consegui uma vaga de contínuo (o office-boy da época) no então Banco Riachuelo. Trabalhava das 8h00 às 14h00, à noite ia para a escola. Eu entregava cartas nas redondezas. Os outros contínuos iam de ônibus, que dava muita volta para chegar num lugar que não era tão longe. Resolvi ir a pé, correndo, e ainda acabava antes dos outros. Como sobrava tempo, pedia coisas para fazer. Um dia, o seu Heitor, contador da agência da Avenida São Luiz, onde eu trabalhava, perguntou se eu não queria chegar uma hora antes para passar na matriz, que ficava na Rua do Tesouro, e pegar os cheques que tinham sido compensados na noite anterior.
Naquele tempo, os cheques emitidos pelos clientes iam primeiro para o Banco Central, que depois os enviava à matriz de cada banco. Era um bolo enorme. A matriz, então, separava os cheques por agência, somando um por um e conferindo o resultado. Cada agência mandava um representante para pegar seus cheques. As pessoas que faziam isso já tinham cargos legais. Eu era o único bagrinho. Como os cheques iam chegando sem ordem nenhuma, um dia eu tive a idéia de já ir separando – por "popular" (as pessoas físicas de então) ou por "sem limite" (as jurídicas). Em seguida, colocava em ordem alfabética. Embora simples, era um avanço e tanto. Essa minha iniciativa economizava pelo menos uma hora de trabalho do pessoal da São Luiz. Às vezes, quando dava tempo, eu corria para a agência e já ia pegando as pastas de cada cliente, que ficavam naqueles arquivos pesadões de metal, e colocava os respectivos cheques em cima. Isso facilitava ainda mais o trabalho de
meus colegas.
Minha recompensa pelo meu aumento de produtividade foi ser demitido. Minha iniciativa despertou uma crise de ciumeira de um babaca da matriz. Como eu era rápido e terminava antes, ele começou a encrencar com o horário que eu saía para voltar à agência da São Luiz. Na hora que eu estava pegando minhas coisas para ir embora, ele me mandava ajudar o funcionário de uma outra agência. Um dia me neguei a fazer e ele pediu minha cabeça. Foi assustador ser demitido no começo da carreira, com 15 anos. Isso poderia ter uma moral da história mais ou menos assim: busque seu espaço tomando cuidado para não irritar os medíocres com poder. Mas não direi isso. O certo é: deixe os medíocres para lá e faça o que tem de fazer. Você pode arrumar outro emprego e crescer, enquanto o medíocre será sempre medíocre."

Crie suas oportunidades

"Sem correr riscos, você não sai do lugar. Essa lição eu tive aos 20 anos, quando estava no segundo ano da faculdade. Nessa época, arrumei um emprego no departamento de propaganda e promoções do Banco Real. Ajudava o jornalista responsável a fazer um jornal interno. Como tinha bastante tempo livre, ficava fuçando em tudo. Achava o máximo as peças de campanha sendo criadas, as discussões. Fiquei fascinado com aquilo. Comecei a me oferecer para fazer pequenos favores, como esclarecer dúvidas de orçamentos, nas agências com as quais o Real trabalhava à época, a ZPP Zieguelmeier Pimentel e a Alcântara Machado Periscinotto, atual Almap. Aos poucos, fui criando uma relação com eles. Um dia, um amigo da ZPP me disse que havia uma vaga numa agência chamada MAC. Era para trabalhar no tráfego, que faz a ponte entre as várias áreas de uma agência, da criação ao atendimento. Eu aceitei – e enfrentei uma barra pesadíssima na família. Eles diziam que eu devia estar louco por trocar uma carreira num banco sólido por um empreguinho numa agência com 30 funcionários. Mesmo assim, fui em frente. Seis meses depois, quando eu tinha 23 anos, a agência quebrou. Foi uma chuva de “eu-não-disse?”, “quem-mandou-sair-do-banco?”. Pois não me arrependo.”

Entregue mais do que o esperado

"Mesmo com esse baque, decidi que meu negócio era publicidade. Trabalhei em outras agências até que fui parar na Lage, Stabel e Guerreiro, que à época tinha a conta dos tênis Rainha, fabricados pela Alpargatas. Na época, a Rainha era um negócio pequeno, recém-comprado do grupo Saad, que queria entrar num mercado em que brilhavam os artigos da Tiger e da Mizuno. Eu era o supervisor dessa conta e uma das minhas missões era transformar a Rainha numa grande marca. Eu poderia me concentrar apenas nos anúncios mas sempre acreditei que é preciso entregar mais do que esperam de você. Para isso, a melhor tática é o envolvimento. O pessoal da Alpargatas dizia que tinha dificuldade de vender porque os atletas do vôlei, então um esporte em ascensão, não queriam saber de marca nacional. E o que os atletas usam, junto com os atores de novela e os artistas em geral, é que faz a moda para o grande público. Pois lá ia eu falar com os jogadores de vôlei para entender do que eles precisavam. Também costumava ir às convenções da Alpargatas para aprender sobre o comportamento do mercado. Ficava plantado nas lojas conversando com balconistas, pedindo opinião dos clientes. Quando chegava a hora de planejar a campanha, eu tinha um pote de ouro: informações extraídas do mundo real. Como o produto era bom, eram elas que acabavam fazendo a diferença. Notem que eu não reinventei a roda. Foi, de novo, algo simples, básico.
Há uma história curiosa dessa época. A Alpargatas tinha certeza de que fazia um produto bom, mas os atletas diziam que o tênis importado era muito superior. Resolveu então fazer um teste. Convidou duas equipes para jogar – uma com tênis Mizuno e outra com Rainha. Só que, na verdade, os tênis das duas equipes tinham sido produzidos na mesma fábrica, a da Rainha em Mogi Mirim. A única coisa da Mizuno que havia naqueles calçados era o logotipo. Mesmo assim, na votação entre os jogadores feita depois da partida, o Mizuno ganhou disparado.Isso deixou claro que deveríamos trabalhar para melhorar a imagem, e não a qualidade do produto."

Dinheiro não é tudo

"Em 1988, tive um dos maiores desafios da minha carreira. Aceitei ser o diretor-geral de uma agência, a SGB, conhecida por sua excelente relação com o governo do estado de São Paulo. Embora fosse uma empresa rica, o mercado a via como uma agência chapa branca, a serviço da política. Talvez por isso, ninguém parava no cargo de diretor-geral. Mas a proposta era muito boa e decidi arriscar com a condição de que eu pudesse mudar a imagem da agência. Isso ocorreu há muito tempo, numa agência de publicidade que não existe mais, mas o problema de imagem é algo vital e atual para qualquer empresa ou profissional.
Começamos a reforma da agência pela recepção, que parecia uma repartição. Depois, fechamos o escritório do Rio de Janeiro, que era deficitário mas aumentava a imagem de opulência da agência junto ao mercado. Mudamos também o nome, que mais tarde passou a ser Better. Por fim, começamos a pensar em abandonar as contas públicas. Eu argumentava que, num primeiro momento, nós íamos mesmo perder muito dinheiro. Mas era provável que, se fizéssemos isso e criássemos a bandeira de uma agência que incentiva a iniciativa privada, poderíamos ganhar muito mais à frente. O dono concordava comigo, mas era uma decisão muito difícil, que implicava queimar uma montanha de dinheiro. Isso durou até o dia em que eu percebi que eu não chegaria a lugar nenhum desse jeito. Falei para o dono da SGB: “olha, sua agência é lucrativa, vamos deixar tudo como está, é mais fácil e melhor para você. Mas eu não quero mais”. Então pedi demissão, fui embora, abrindo mão de um dinheirão. Achei melhor assim".

Não pare jamais, senão você perde o compasso

"Hoje faz quase 14 anos que estou na W/Brasil. No meu cartão está escrito vice-presidente mas continuo trabalhando do mesmo jeito que antes. Se não agir assim, acho que perco o compasso. Recentemente, tive uma reunião com um grande fabricante de cadernos. Alguns dias antes desse compromisso, conversei com Gabriel, meu filho de 14 anos, sobre o que ele e os amigos tinham na capa dos cadernos. Depois chamei Stephanie, uma das minhas filhas, que tem 10 anos, e perguntei quem estava na capa do caderno dela e se tinha sido ela que tinha comprado. Depois, perguntei o mesmo para minha outra filha, Nicole, de 7 anos. Vi que as duas tinham escolhido algo que estava ligado ao universo em que cada uma vive, com a diferença de que uma pediu para a mãe comprar e a outra pediu dinheiro. Em seguida, perguntei a Stephanie se ela podia ver o que havia na capa do caderno de cada um dos colegas de classe dela. Ela fez um trabalho excelente. No dia da reunião, mostrei a pesquisa dela. O diretor da empresa ficou encantado, pediu uma cópia. Iria usar aquilo como amostragem de tendências. De novo, é algo simples, mas que impressiona. No fundo, todos nós temos de resolver os problemas de nossos clientes – jamais criá-los. Para isso, todo mundo da equipe deve estar preparado. Na W/Brasil, não existe aquele negócio de o telefone tocar e ninguém atender. Nem vale dizer que o fulano já foi embora, fica para amanhã. Quem tira o telefone do gancho tem de fazer o máximo para ajudar quem está do outro lado. Isso vale para o presidente da empresa e também para o estagiário que começou ontem. No caso dele, isso é ainda mais importante, pois, quando você não tem poder, tem de ganhar respeito".

Fonte: http://www.europanet.com.br/site/index.php?cat_id=410&pag_id=10814

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso porque vc nunca teve a infeliz oportunidade de trabalhar com essa pessoa. Uma das mais mal caráter que eu já tive o desprezar de conhecer. Esse sujeito é baixo, sem escrúpulo...talvez sofra com algum desequilíbrio mental. Não acredite na histórinha de vida sofrida, de nada lhe serviu. Tem muito o que evoluir como ser humano! #ficaadica