O piloto Rafael Delgado Sobrinho morreu na hora. O cinegrafista Alexandre da Silva Moura sofreu fraturas múltiplas, teve hemorragia cerebral e está em coma induzido.
Um homem morreu e outro ficou ferido gravemente, nesta quarta-feira de manhã, em São Paulo, na queda de um helicóptero da TV Record. Pouco antes do acidente, o piloto chamou, pelo rádio, o colega que conduzia o Globocop e avisou que tinha problemas. Os dois sobrevoavam a mesma região da cidade.
A equipe da Globo acompanhou a tentativa frustrada de pouso e aterrissou para socorrer as vítimas, como conta o repórter Alan Severiano.
Os helicópteros da TV Globo e da TV Record registram um assalto na Zona Sul de São Paulo, quando, pouco antes das 7h30, o piloto do Globocop avisa à equipe: “O helicóptero da Record está em pane sem o rotor de cauda”.
Segundos depois, o Globocop localiza a aeronave. Ela já está girando, e logo começa a cair. A cena impressiona a repórter Giuliana Girardi, que está a bordo.
Durante a queda, o helicóptero solta fumaça e gira seis vezes. São oito segundos até tocar o gramado do Jóquei Clube de São Paulo.
O Globocop pousa logo depois. O piloto Dato e o cinegrafista Marcos de Sá correm para prestar socorro. O cinegrafista Alexandre da Silva Moura fica ferido. O outro ocupante do helicóptero, o piloto Rafael Delgado Sobrinho, morreu na hora.
O impacto foi tão forte que pedaços do helicóptero ficaram espalhados pelo chão. A hélice danificada chegou a abrir um buraco no gramado. A cabine ficou totalmente destruída. Uma das portas que foram arrancadas, um pedaço do banco e a câmera do helicóptero que ficou a cerca de 20 metros da aeronave ficaram espalhados no local no acidente.
O jardineiro do Jóquei, Anelito de Jesus, testemunhou a queda e correu para ajudar. “Foi questão de segundos, ele já caiu de barriga, deu aquele estrondo. Nessa hora, eu corri para cá", contou.
"Foi o tempo de desligar a bateria, bomba de combustível, essas coisas todas", disse o piloto do Globocop Dato de Oliveira.
“Foi chocante porque a gente fica sem saber exatamente o que fazer”, declarou a repórter
Giuliana Girardi.
O piloto Rafael Sobrinho desviou o helicóptero de casas e da Marginal, onde centenas de carros circulavam naquele momento, para uma área descampada. Foi ele quem, pouco antes da queda, conversou pelo rádio com o piloto do Globocop.
“O que ele reportou para mim quando ele me chamou foi: ‘estou com pane no rotor de cauda, não consigo manter a proa. Estou indo para o jóquei’. Eu falei: ‘tenta um pouso corrido’. Ele falou: ‘vou tentar’. Mas aí entrou em um giro incontrolável e foi para o chão”, explicou o piloto Dato.
Pouso corrido é a tentativa de pousar o helicóptero como um avião, se deslocando horizontalmente pela pista. Mas para fazer essa operação, é preciso estar em velocidade.
Depois de ver as imagens, o coronel responsável pela investigação da Aeronáutica, Ricardo Beltran Crespo, disse que a única certeza é que o helicóptero estava em baixa velocidade. No entanto, ele não descarta nenhuma hipótese como causa do acidente.
“Nós temos que juntar as nossas investigações aqui nos destroços com os depoimentos das pessoas que presenciaram para que nós juntemos os fatos e tentemos elucidar o que aconteceu”, declarou.
Em nota, a Record declarou que está empenhada, junto com as autoridades, em esclarecer as causas do acidente. O cinegrafista Alexandre Silva de Moura sofreu fraturas múltiplas, teve hemorragia cerebral e está em coma induzido.
Helicópteros registravam tentativa de assalto a banco
O assalto que os dois helicópteros tentavam registrar foi ainda de madrugada.
Ladrões armados com metralhadoras e fuzis assaltaram um posto de gasolina. Depois, puseram uma carreta no meio de uma avenida para roubar caixas eletrônicos de uma agência bancária, mas um vigia acionou a segurança e eles fugiram sem levar nada do banco.
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