quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O quanto as pessoas mudam as configurações?




Arquitetura da Informação:









A nova homepage do Facebook, mais uma vez, causou polêmica no fascinante-mundo-dos-arquitetos-de-informação-que-gostam-de-polêmicas. Uns odiaram, uns amaram.


Segundo Noel Franus, um dos Experience Directors daqui,



a homepage só tem um problema: assu


mir que os usuários querem mudar suas configurações o tempo todo.






Por um lado é verdade. Será que as pessoas gostam de ficar alterando configurações?



  • “Quero que histórias desse tipo apareçam mais vezes na home”

  • “Quero receber menos atualizações dessa pessoa”

  • “Quero que esse post seja público, quero que o post seguinte seja privado”

Será que as pessoas sequer mudam as configurações?


Conta Jared Spool em seu blog que uma vez ele e seu time fizeram um teste para entender o quanto as pessoas mudavam as configurações de um determinado software ou aplicativo.


Na época o Microsoft Word gravava todas as customizações que os usuários haviam feito no software em um arquivo chamadoconfig.ini, que ficava salvo no disco rígido do computador. Eles então pediram para que as pessoas localizassem o arquivo no disco rígido e o enviassem por email para eles. Depois de centenas de emails recebidos, eles criaram um robô que lia os arquivos e compilava os resultados em um relatório.


A surpresa: menos de 5% dos usuários haviam alterado alguma coisa nas configurações – uma opção sequer. Mais de 95% usavam o software do jeito que ele havia sido instalado.


Mesmo recursos simples, como a opção de salvar o arquivo automaticamente para evitar perdas (opção essa que precisava ser voluntariamente ativada nas configurações), nunca foram ativados. Mais de 95% das pessoas usavam o Word com a funcionalidade deautosave desativada.



"Para reflexão, amiguinhos."


Quando perguntados do porquê de não terem ativado o autosave, os usuários respondiam: “O software deve vir assim por algum motivo. A Microsoft deve saber o que está fazendo.”


Será?


Quando perguntaram à Microsoft se o autosave vinha desligado para otimizar a performance, descobriram que não era esse o motivo. Semanas depois foram constatar que ele vinha desligado simplesmente porque um programador decidiu que o arquivo config.inideveria vir com todas as configurações “zeradas”. E zero, no código binário, significa desativado.


O programador esperava que em algum ponto do desenvolvimento alguém falaria a ele quais features deveriam vir desligadas e quais deveriam vir ligadas. Mas isso nunca aconteceu.


Depois de analisarem a pesquisa novamente – mas dessa vez perguntando às pessoas qual sua profissão -, descobriram um fato interessante. O número de usuários que mudavam alguma configuração no aplicativo continuava abaixo dos 5% em qualquer uma das profissões, com exceção de duas: designers e programadores. Nesse caso, eles mudavam de 40% a 80% das configurações disponíveis no software.


Como diz Spool em seu blog:



“If you’re a programmer or designer, then you’re not like most people. Just because you change your settings in apps you use doesn’t mean that your users will, unless they are also programmers and designers.”


A próxima discussão? A nova “Timeline” do Facebook.



Ainda não usei muito e não consegui formar uma opinião a respeito. No entanto, logo de cara é possível perceber que eles capricharam no design e que conseguiram fazer uma interface realmente leve – que carrega o conteúdo progressivamente à medida em que você navega pela história da sua vida.




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